A espada e a toga

Uma coisa para pensar:

Em 1937, Aníbal Ponce publicava sua obra Educación y Lucha de Clases, que se encerra relembrando uma história dos tempos do tirano argentino Juan Manuel Rosas. Em 1842, para conter os focos de agitação e revolta que surgiam em oposição a seu governo nas poucas escolas do país, Rosas nomeou como diretor do ensino primário ninguém menos que o… chefe de polícia!

Nada para espantar-nos. Os latino-americanos nos acostumamos a ver os militares como protagonistas em momentos de agitação política.

Mas parece que as coisas mudaram. Em dezembro de 2001, quando caiu Fernando de la Rúa e a Argentina teve três presidentes em um mês, lembro-me de ter lido um comentário de que nem os militares argentinos queriam assumir o governo de lá.

Hoje no Brasil os militares estão em paz, recolhidos à caserna, respeitando a lei e as instituições como se nada de anormal estivesse acontecendo. Nada “militar”, digamos.

O protagonismo que temos visto é da Justiça: juízes, promotores, procuradores, Ministério Público, ministros do STJ, TCU, TSE, STF…

Enquanto isso, o governador de São Paulo nomeia como secretário de Educação… um desembargador.

Espero que seja apenas coincidência.

Santarém, PA, 15/4/2016.

Coleção Brasiliana disponível na Internet

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com apoio do MEC e outras instituições, lançou o projeto BRASILIANA ELETRÔNICA, que consiste na digitalização e disponibilização, na Internet, de toda a Coleção Brasiliana, publicada de 1931 a 1993 pela Companhia Editora Nacional, de São Paulo, SP.

O processo de digitalização já foi concluído, estando disponível para leitura em linha/online todo o acervo da Coleção Brasiliana, que abrange 415 títulos (em 439 volumes, muitos dos quais tiveram várias edições), 158.204 páginas de 275 autores nacionais e estrangeiros, sobre vários assuntos (história, geografia, antropologia, folclore, sociologia, biografia, narrativas de viagem etc.), abrangendo todo o Brasil.

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“O Brasil” de Manoel Bonfim é o volume 47 da Brasiliana.

Dentre as obras que podem ser lidas no portal do projeto, estão Os Africanos no Brasil, de Raimundo Nina Rodrigues (volume 9); À Margem da História do Brasil, de Vicente Licínio Cardoso (volume 13); O Selvagem, de Couto de Magalhães (volume 52); Na Planície Amazônica, de Raimundo de Morais, volume 63; Estudos Históricos e Políticos, de João Pandiá Calógeras (volume 74); O Vale do Amazonas, de Tavares Bastos (volume 106); O Precursor do Abolicionismo no Brasil: Luís Gama, de Sud Mennucci (volume 119); O Domínio Colonial Holandês no Brasil, de Hermann Watjen (volume 123); Viagem pelo Amazonas e Rio Negro, de Alfred Russell Wallace (volume 156); Viagem ao Tapajós, de Henri Coudreau (volume 208).

Além dos textos completos, o sítio apresenta ainda listas dos autores, tradutores, prefaciadores, organizadores e colaboradores de cada volume original.

A BRASILIANA ELETRÔNICA está disponível no sítio http://www.brasiliana.com.br.

Santarém, PA, 10/8/2011. Editado em 15/4/2016.