Minha vida é revisar por este país…

Paladas de Alexandria (século IV) escreveu sobre os infortúnios dos gramáticos e mestres-escolas. Estava certo e seus versos continuam atuais, apesar da distância espaço-temporal entre ele e nós.
Respeito os professores, e creio que hoje tão desafortunados quanto eles são os revisores de texto: o prazer de ler um romance, conto, artigo científico ou de jornal nos é negado, pois é difícil desfrutar da leitura.
Eu mesmo perco a concentração quando topo com vírgulas faltando ou sobrando, erros de acentuação gráfica, frases mal encadeadas, termos usados equivocadamente… Tendo a parar a leitura o tempo todo para corrigir, emendar o texto. Que maçada! Perco o fio da meada e me desvio da compreensão do que estou lendo.
Quando crescerem, não sejam revisores de texto. Se escolherem essa profissão, será por sua conta e risco. Só não me venham depois dizer que eu não avisei. 😉

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Da indigência da gramática

Epigramas_Paladas_Paes

Há mais de 1.600 anos o poeta grego Paladas de Alexandria já homenageava os professores, principalmente os de gramática:

“A cólera de Aquiles foi motivo, para mim também,
de funesta pobreza ao me tornar gramático.
Prouvera com os gregos me matasse aquela cólera antes
que me arruinasse a amarga fome da gramática.
No entanto, para que Agamemnon raptasse Briseida e Páris
roubasse Helena, foi que me fiz indigente.

PALADAS de Alexandria. Epigramas. Tradução de José Paulo Paes. São Paulo: Nova Alexandria, 1992.

Se você é professor e se sente explorado, menosprezado, humilhado em sua profissão, saiba que está em muito boa companhia…