A ponta feia da Dutra

Há alguns dias, alguém disse no Twitter, comparando os folguedos de Carnaval no Rio de Janeiro e em São Paulo, que “o Rio tem cultura de Carnaval, São Paulo tem apropriação cultural”. Aliás, é uma droga que o estado e sua capital tenham o mesmo nome, pois nunca se sabe se os caras se referem a um ou à outra, e talvez nem eles mesmos saibam ou causem confusão de propósito. Fingem-se de sonsos.
Descobri ali no Twitter por que não gosto de Carnaval: sou paulistano e não vejo o Carnaval como algo típico da cidade de São Paulo, por isso nunca gostei dele. Foi apropriado culturalmente, logo não é nosso. Taí. Valeu!
(Bom… Eu desfilei num bloquinho ou bloco do meu bairro em 1991; mas, em minha defesa, foi porque eu e alguns colegas estávamos paquerando umas garotas que desfilaram também. Não deu em nada. Fiquei a ver navios. Só perdi meu tempo e me cansei. Não digo que me arrependi, pois foi uma experiência interessante, que não mais repeti nem o pretendo fazer.)
Mas isso é apenas uma opinião minha, que alguns tomarão por tosca. Tô nem aí. Não sou contra o Carnaval, apenas não o pulo/brinco/curto/desfruto (escolham o verbo que quiserem conforme seus locais de origem).
Agora, na Folha de S. Paulo, um cavalheiro se refere a São Paulo como “a ponta feia da Dutra”; para completar, comete preconceito linguístico ao criticar o uso do termo “bloquinho”, usual em SP, dizendo que ele não se pode aplicar ou usar no RJ, pois ali não há bloquinhos, há apenas blocos.
O mais espantoso é que um Marcos Bagno não aparece numa hora como esta para dar um pito nos glossofóbicos de plantão. Parece que, se é contra SP, preconceitos linguísticos e outros estão liberados: se é a principal, a mais importante, a mais rica cidade do Brasil, pode-se malhar à vontade! Tá liberado!
Mas experimente algum paulista dizer que em São Paulo não existem biscoitos, apenas bolachas…


https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/carnaval/2023/02/bloquinhos-nao-passarao.shtml

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Inveja maravilhosa

De acordo com alguns comentadores progressistas e safos das redes sociais, muitas das críticas aos gastos elevados e outros problemas da Olimpíada de 2016 são de paulistas invejosos da realização dos Jogos Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro.

Será?

Sou suspeito para opinar, pois sou paulista e crítico da realização de eventos desse tipo; creio que os esforços humanos e financeiros do país devem convergir para outros fins de que estamos mais necessitados.

Não precisamos de megaeventos. Precisamos de melhores escolas, melhor saúde, saneamento e investimento em ciência e infraestrutura.

Não quero medalhas. Quero que crianças e jovens saibam matemática, leiam e escrevam com fluência e compreendam a evolução das espécies.

Segundo esses formadores de opinião de caixas de comentários, se alguém critica a Rio 2016, só pode ser paulista!

Portanto, ou os paulistas são mais numerosos do que se pensa, ou muita gente no Brasil tem em si – para seu infortúnio – um pouco de paulista… e não sabe!

Ou (o que é o mais provável) tais críticas nada têm que ver com o bairrismo nojento de que ainda não nos livramos – e que parece ter-se fortalecido nos últimos tempos.

Santarém, PA, 22/8/2016.

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Capes na Rio +20: livro disponível em PDF

Capes_Rio+20_Contribuicao_capa_2Está disponível para download gratuito, em formato PDF, o livro Contribuição da Pós-Graduação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável: Capes na Rio +20, lançado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) durante a Conferência Mundial da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável Rio +20, ocorrida de 13 a 22 de junho de 2012 na cidade do Rio de Janeiro.

A Capes foi convidada pela organização da conferência para elaborar uma síntese do avanço do conhecimento, pesquisa e formação de recursos humanos desenvolvidos nos programas do Sistema Nacional de Pós-Graduação. O livro, publicado em português e inglês e distribuído durante a Conferência, é baseado nos textos que constam no Plano Nacional de Pós-Graduação 2011-2020, também editado pela Capes e Ministério da Educação (MEC).

O livro pode ser baixado/descarregado aqui (página da UFGD) ou lido online no Issuu.

Santarém, PA, 22/8/2012. Editado em 26/2/2016.