Assistindo a um filme sobre a monarquia britânica, convenci-me de que devemos ser muito gratos a Deodoro da Fonseca, Quintino Bocaiuva, Benjamin Constant e os demais que, em 15 de novembro de 1889, com um golpe de estado derrubaram o Império Brasileiro e nos deram a República dos Estados Unidos do Brasil.
O motivo?
Os Próceres da República pouparam-nos da vergonha de ser a monarquia mais ridícula do mundo!
Duvidam disso?
Já imaginaram como seria se, além das presepadas diárias de nossos políticos, ainda tivéssemos de aturar os escândalos de nossa casa real e sua farândola de nobres parasitas e perdulários?
De manhã, veríamos no sisudo jornal A Província de S. Paulo que, na noite anterior, o duque das Neves Gerais, acompanhado de uma beldade da família real da Frísia ou do Irã, fora pego dirigindo bêbedo seu veículo automóvel da marca Jaguar e se recusara a fazer teste de bafômetro – pois aos nobres esse exame não é obrigatório.
Depois leríamos na Carta Imperial que o barão das Cunhas é acusado de ter dinheiro ilegal em suas contas na Suíça.
Já o marquês das Alagoas de Renânia tenta escapar de mais um processo no Senado do Império, enquanto Dom Santana, gentil-homem da Bahia, é preso para explicar a campanha de reeleição da primeira-ministra, sob investigação.
Tudo isso mostrado com os habituais cortes e retoques no Jornal Imperial da TV Orbe do jornalista Dom Robert Marinus…
Sim, escapamos de ser a monarquia mais ridícula do mundo; mas entre as republiquetas ainda temos bastante concorrência!