Pós-metáfora

Vivemos, sem dúvida, a era da pós-metáfora: tudo se lê e se interpreta literalmente, sem noção ou percepção de figuras de linguagem.

E, ao contrário do que pensa muita gente, isso é uma faca de dois gumes: longe de atingir ou beneficiar apenas os negacionistas de sempre, corta à direita e à esquerda.

A enunciação do discurso torna-se cada vez mais difícil, pois é preciso ter muito controle sobre o que se diz para não deixar espaço a interpretações enviesadas e indesejadas. Fica praticamente impossível evitar deturpações, cortes, adulterações, montagens.

Os tempos de hoje requerem muito mais objetividade. Tome-se cuidado, portanto, ao dizer que algo ou alguém precisa ser destruído.

Um time derrotado por 4×0 na final de um torneio de futebol foi destruído pelo oponente? O contexto esportivo permite dizer isso sem grandes problemas além da incitação da rivalidade entre clubes. Já em outros contextos…

O problema de falar dentro de uma bolha é que, muitas vezes, a bolha explode e o conteúdo dela vaza. Aquilo que dentro da bolha é bom e cheiroso, pode ser mostrado fora dela como horrível, podre, fétido, e quem vê isto não consegue entrever a realidade.

A boiada pode não saber para onde está indo, mas o boiadeiro sabe muito bem para onde a está conduzindo.

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Biscoito ou bolacha?

(Foto: WordPress.)

Apenas bem recentemente aprendi o significado de BISCOITO, BISCOITEIRO, PEDIR BISCOITO etc. no jargão das redes sociais e Internet. Aprendi também a identificar biscoiteiros; ja conheço um monte deles, entre anônimos e celebridades.
Mas descobri que não gosto de biscoiteiros… mesmo que se apresentem como bolacheiros. 🤔

Redes sociais

Você está ocupado e, de repente, soa um sinal de seu dispositivo eletrônico (computador, tablet, telefone celular): é uma notificação do Facebook ou coisa semelhante.

Você corre para pegar seu dispositivo (o telefone, provavelmente), aperta um botão, vira a página com um dedo ainda molhado (estava lavando pratos, por exemplo) e lê:

“Fulano de Tal comentou seu status.”

“Que legal!”

Você aperta outro botão, vai à publicação em questão, procura o comentário e lê:

“KKKKK”

Sim, há certas emoções que somente as redes sociais nos podem proporcionar…

Santarém, PA, 16/3/2015. Editado em 27/4/2016.