Barba, cabelo e bigode

(Créditos da imagem: Robbie Coltrane no papel de Hagrid, Warner Bros Pictures/Harry Potter.)

Certo biólogo diz que jamais cortará os cabelos nem tirará a barba porque “cabelos cortados e barba raspada deixam o homem com cara de coxinha”. Já outra intelectual, esta das humanidades, alude de forma jocosa a evento oficial do atual governo com a presença de “mauricinhos com cabelo penteado sem um fio fora do lugar”.

Hmmmm…

Parece que é assim que alguns pensam que convencerão os adversários políticos para diminuir a polarização que, dizem eles, assola o País. Vejam como vai dando certo…

Sempre me considerei de centro-esquerda. Mas, a julgar pela avaliação que se faz de gente com minha aparência, creio que os fenotipistas políticos me poriam ao lado dos camisas negras ou verdes dos anos 1930. Argh!

(E o horroroso Plínio Salgado tinha até bigode…)

Lembro-me de ter visto um documentário em que um dos entrevistados, italiano adepto da contracultura dos anos 1960, conta sua viagem com alguns “compagnons de route” à Albânia para conhecer o socialismo real. Assim que passaram pelo posto de guarda, os admiradores do regime de Enver Hoxha foram obrigados a cortar os cabelos e raspar a barba, pois, conforme a ideologia em vigor na Albânia de então, cabelos compridos e barba eram coisa de burguês.

E os pobres coitados achando que seus cabelos longos e ideias curtas estremeciam as bases do capitalismo!

Enquanto alguns pensam que podem mudar o mundo deixando a barba crescer e aposentando o pente, a extrema direita se recupera e afia a navalha para fazer serviço completo.

Deixemos de perder tempo com barba, cabelo e bigode e cuidemos de proteger o pescoço.

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Coxinha

(Foto: WordPress.)

Sempre gostei de coxinhas. Gosto não apenas das mais comuns e tradicionais — com recheio de frango desfiado, é claro —, mas também da coxinha “original”, conhecida hoje em alguns lugares como coxa-creme: uma coxa de frango cozida, envolvida em massa de coxinha e frita. Uma delícia! Se algum dia puderem, experimentem-na. (Na cidade de São Paulo, sugiro a padaria Santa Teresa, na praça João Mendes, atrás da Catedral da Sé.)
Mas descobri que, além de devorador de coxinhas, também sou um “coxinha”. Eis aí: um conhecido youtuber cabeludo e barbudo disse que jamais cortaria os cabelos nem rasparia a barba para não se transformar num… “coxinha”!
Hmmmmm… Não preciso definir o termo “coxinha”, pois todo mundo sabe o que é um “coxinha”.
Barbeio-me duas vezes por semana e nunca tive bigode; meus cabelos estão compridos por pura preguiça minha de ir ao barbeiro. (Desde que a pandemia começou, cortei os cabelos apenas uma vez, há um ano e meio.) Mantenho-os amarrados com elástico (rabo de cavalo); sou cabeludo — no momento — apenas de perfil ou visto de trás.
Sem barba nem bigode e cabeludo ocasional… sou “coxinha”, então. Taí!
Portanto, se vocês não querem ser confundidos com “coxinhas”, joguem fora os barbeadores e as tesouras, as navalhas e os raspadores, pois parece que o nível de coxinhice ou coxinhismo de um homem é inversamente proporcional ao comprimento de seus cabelos e barba.
Será que há mesmo alguma base para dizer que alguém é ou não “coxinha” por ser cabeludo ou careca, barbudo ou imberbe?
Seja como for, parece que num dos lados da linha temos Jesus Cristo, Rasputin e Charles Manson, e no outro… Bruce Willis, Jorge Lafond e Dráusio Varela!

“Coxinha” (alcunha) na Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Coxinha_%28alcunha%29

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Rapidinhas 1, 2, 3, 4

#1
— Não dou opinião sobre esportes que não aprecio.
— E quais esportes você aprecia?
— Nenhum.

#2
Uma dúvida que me aflige há algum tempo:
Se, em português, GELATO e SORVETE são coisas diferentes, e GELATO em italiano significa SORVETE, como se diz ou se traduz GELATO em italiano?

#3
O estelionato intelectual é um crime que compensa, além de raramente ter punição.
A julgar pelo que se lê e ouve nas redes sociais e fora delas, os incautos devem necessariamente acreditar que o cristianismo (religião predominante nos povos dominantes) é a única religião que se difundiu graças à ação do Estado, por imposição legal, força das armas e colonialismo, enquanto as demais religiões mundiais e proselitistas só se espalharam devido à lábia, ao gogó, ao esforço desinteressado de seus missionários e divulgadores…

#4
Primeiro sábado de setembro: Dia Mundial da Barba.
Comemorei raspando a minha.