E-sports

(Imagem: WordPress.)

Numa realidade alternativa, os jogos eletrônicos ou “e-sports” são os mais populares em todo o mundo, estando presentes nas Olimpíadas e tendo como evento máximo a Copa do Mundo da FIESA (Fédération Internationale de E-Sports Association).
Nessa realidade, o jogador mais famoso de “e-sports”, aclamado como Rei dos “E-Sports” e Atleta do Século, foi um brasileiro com apelido de Pelé.

Leia e curta também no Blogspot.

Prêmio merecido

Algumas pessoas têm tamanha autoestima e se acham tão competentes naquilo que fazem, que acham natural e de direito criticar um prêmio por não terem sido indicadas a ele. Não coram nem ficam constrangidas! 😱 Haja troféus para tanta gente que se acha merecedora deles!
Parece que isso virou moda, portanto não estarei fora do senso comum se criticar o Nobel de Literatura por ainda não me ter premiado. O que estão esperando?
Aliás, também não aceito não ter sido ainda eleito para a Academia Brasileira de Letras. Garanto que não faria feio ao colaborar com Evanildo Bechara no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
Fico aguardando o telegrama. 😉 E não se esqueçam da minha Caloi… digo, daquela parte chamada pecúnia!

Qual é a mais…?

Um dia quente em 1987. Ou 1988. Entre 12h e 13h. Era a 8ª série (4º ano do ginasial) ou o 1º ano do colegial (ensino médio), não me lembro bem. Eu estudava à tarde; tinha chegado bem mais cedo à escola e esperava a abertura do portão.
Eu era o único ali à porta da escola. Após algum tempo, chegaram duas garotas, mais ou menos da minha idade, que eu conhecia de vista, pois estudavam ali também no mesmo turno. Não me lembro dos nomes delas, mas tínhamos colegas em comum. Eram bonitas, atraentes, como várias outras da escola e da vizinhança.
Elas se sentaram num banco do outro lado da avenida. Olhavam para mim e conversavam, riam. A piada parecia ser boa…
Uma delas se levantou e atravessou a avenida. Veio até mim.
— Oi! Você é o Júlio, né?
(Sabia meu nome! Inacreditável…)
— Sim, meu nome é Júlio — respondi meio surpreso e quase gaguejando.
— Então, Júlio, minha amiga e eu estávamos conversando e estamos com uma dúvida. Será que você pode nos ajudar?
— Sim, claro. Qual é a dúvida?
— A pergunta é a seguinte: De nós duas, qual você acha que é a mais bonita?
Fiquei pasmado. Boquiaberto. Instintivamente, olhei para ela e depois para a amiga. E olhei de novo para uma e para a outra. E de novo. Não sabia o que dizer. Fiquei sem voz.
Ela estourou em riso. E disse:
— Sabe, entre nós duas, nós achamos que o mais ridículo é você!
E saiu gargalhando para se juntar à colega, que, no outro lado da avenida, ria muito também.

Santarém, 25 de setembro de 2021.

(Leia e curta também no Blogspot.)

Lição vulcana

Dr. Spock interpretado por Leonard Nimoy (1931-2015)

Será que a humanidade sairá desta pandemia de covid-19 com algum aprendizado que melhore nossa vida em comunidade? Uns dizem que sim, outros que não…
Estou há 15 meses trabalhando em casa. Só saio à rua para cuidar do que é imprescindível: víveres, remédios, médico, correio, cartório, banco…
Passeio, boteco, balada, lanche, praça, praia? Nada!
(Enquanto isso, há gente que parece levar a vida quase como era antes. Os trabalhadores que precisam sair de casa diariamente eu compreendo e respeito plenamente, nem os posso criticar, mas em outros casos…)
Saindo de casa, às vezes topo com alguma pessoa que, quando não me estica a mão para cumprimentar, achega-me o punho para o soquinho. Eu, por cortesia, cedo ao cumprimento, e logo pego meu dispensador* de bolso de álcool em gel.
Caramba y carambita!** Será que esse povo, em plena pandemia de um vírus tão contagioso, precisa insistir em contato físico? Parece-lhes irresistível! É difícil ficar a dois metros de distância e dizer “Oi!”, “Olá!”, “E aí?”, “Salve!”, “Saudações!”, “Saúde!” ou outra coisa qualquer? E não é por falta de cumprimentos, pois nossa língua dispõe de vários deles, sem falar nos xenismos: “Hi!”, “¡Hola!”, Ça va?”…
Por que não adotar a saudação vulcana? Basta levantar a mão espalmada na vertical, com os dedos na posição característica, e dizer “Vida longa e próspera!” Fascinante!
Mas talvez eles tenham medo de ser acusados de apropriação cultural, pois eu não sou vulcano, e não tenho visto nenhum deles por aí. Mesmo com as máscaras, aquelas sobrancelhas arqueadas e aquelas orelhas são inconfundíveis!
Vocês já devem ter percebido que não sou um cara legal… É, não sou bonzinho. Por isso, se eu pudesse dar-lhes um conselho, diria: “Se me virem por aí, fujam de mim!”

* Sou humilde e uso a forma portuguesa mesmo. “Dispenser” é para os fortes.
** Leitores de Zagor entenderão.

Quarentena: Edward Hopper

Nesta crise causada pelo novo coronavírus, muitos de nós talvez se sintam trancados em quarentena dentro de um quadro de Edward Hopper… 😱

https://pt.wikipedia.org/wiki/Edward_Hoppe

(Montagem: autor desconhecido.)

Campeonato Paulista de 1988

17 de julho: o já desclassificado Palmeiras enfrenta o São Paulo, o então campeão, que precisa apenas de um empate para ir a mais uma final seguida, desta vez contra o Guarani. O Corinthians acompanha o Choque Rei e reza por um milagre: para enfrentar o Guarani, além de vencer o Santos (o que faz no mesmo dia por 2×0), precisa de que o Palmeiras vença o São Paulo. Os corintianos torcem por seu arquirrival contra o Tricolor do Morumbi!
A pressão sobre o Palmeiras é enorme: além das chacotas por amargar 12 anos sem títulos, os palmeirenses ainda têm de aturar a denúncia de que pretendem deixar o São Paulo vencer para evitar que o Corinthians seja finalista. Parte da torcida deseja mesmo isso: “Entrega o jogo! Entrega o jogo!” — o grito ecoa no estádio do Morumbi…
Mas a história é outra: com gol de Gerson Caçapa, o Palmeiras vence o São Paulo, o que põe o Corinthians na final contra o Guarani.
Parte da torcida odiou isso. A manchete de capa da revista Placar dizia: PORCORINTHIANS! Torcedores manifestaram-se na porta do Parque Antártica: “Filial, filial, filial da Marginal!” — era o que gritavam.
E o resto da história? Bem… Após empate por 1×1 no Morumbi — o gol bugrino foi de Neto, numa antológica bicicleta —, o Corinthians venceu o Guarani na finalíssima no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, com gol de Viola, e conquistou seu vigésimo título.
Um figurão da diretoria do Corinthians, após o primeiro jogo da final, fizera pouco caso do gol de Neto: “Não precisamos de gol de bicicleta!” Bata-se na boca! Suprema ironia: dois anos depois, Neto se consagrava no Alvinegro da Marginal.
Passados mais de 30 anos, não sei se o Corinthians teve a oportunidade de retribuir o “favor” de seu maior rival (a de hoje ele perdeu…); mas muitos palmeirenses jamais perdoaram a vitória do Verdão naquele Choque Rei de 17 de julho de 1988.

Santarém, Pará, 3 de novembro de 2019.