Certo biólogo diz que jamais cortará os cabelos nem tirará a barba porque “cabelos cortados e barba raspada deixam o homem com cara de coxinha”. Já outra intelectual, esta das humanidades, alude de forma jocosa a evento oficial do atual governo com a presença de “mauricinhos com cabelo penteado sem um fio fora do lugar”.
Hmmmm…
Parece que é assim que alguns pensam que convencerão os adversários políticos para diminuir a polarização que, dizem eles, assola o País. Vejam como vai dando certo…
Sempre me considerei de centro-esquerda. Mas, a julgar pela avaliação que se faz de gente com minha aparência, creio que os fenotipistas políticos me poriam ao lado dos camisas negras ou verdes dos anos 1930. Argh!
(E o horroroso Plínio Salgado tinha até bigode…)
Lembro-me de ter visto um documentário em que um dos entrevistados, italiano adepto da contracultura dos anos 1960, conta sua viagem com alguns “compagnons de route” à Albânia para conhecer o socialismo real. Assim que passaram pelo posto de guarda, os admiradores do regime de Enver Hoxha foram obrigados a cortar os cabelos e raspar a barba, pois, conforme a ideologia em vigor na Albânia de então, cabelos compridos e barba eram coisa de burguês.
E os pobres coitados achando que seus cabelos longos e ideias curtas estremeciam as bases do capitalismo!
Enquanto alguns pensam que podem mudar o mundo deixando a barba crescer e aposentando o pente, a extrema direita se recupera e afia a navalha para fazer serviço completo.
Deixemos de perder tempo com barba, cabelo e bigode e cuidemos de proteger o pescoço.