Nobel da Paz… Que Paz?

Em comparação com os prêmios das demais categorias, o prêmio Nobel da Paz é bem mais fácil de ser conquistado, além de ser bem mais vantajoso.
Os demais prêmios (Física, Química, Medicina/Fisiologia, Literatura e Economia) premiam carreiras: os laureados são pessoas quase sempre de meia-idade ou mais velhas, já com carreiras consolidadas, que trabalham e pesquisam em suas áreas há muito tempo; não são pesquisadores recém-saídos da pós-graduação nem autores de primeiro romance. O mesmo se diga de prêmios literários respeitados como o Camões, o Príncipe de Astúrias…
Já o Nobel da Paz premia momentos, não carreiras. Depois de receber o “caneco”, o premiado pode fazer o que quiser, pois nada do que faça riscará seu nome da história nem lhe tomará o prêmio.
Eu poderia dar aqui o exemplo de Barack Obama, que com menos de um ano de governo foi laureado com o Nobel da Paz em 2009 (por que exatamente?), tendo depois tempo de sobra para mandar bombardear aqui e acolá, continuando as ações militares dos EUA e sendo responsável por milhares de mortes.
Nem falarei do ganhador do Nobel da Paz de 1973, Henry Kissinger, político ianque e criminoso que deu apoio a vários golpes de estado, ditaduras e genocídios.
Prefiro um exemplo mais recente e ainda atual: o ganhador do Nobel da Paz de 2019 é o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, que ainda está no governo. O motivo: acordo de paz com a Eritreia, país que fez parte da Etiópia até 1991.
Agora o primeiro-ministro premiado e ex-badalado comanda as tropas federais etíopes contra rebeldes da província de Tigré, com direito a bombardeios, milhares de mortos, deslocamento de milhões de pessoas e denúncias de genocídio contra a população insurgente.
Nada como um extermínio de rebeldes para completar a “capivara” de um ganhador desse conspurcado Prêmio Nobel da Paz!

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Autor: Júlio César Pedrosa

Santarém, Pará, Brasil.

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